domingo, 25 de fevereiro de 2007

Mundo de la Bici


Acho que vale a pena sempre recapitular alguns pontos importantes, como para quem não sabe estou neste momento a estudar em Erasmus na cidade espanhola de Valência. Estou bem obrigado. Respondendo já para aqueles que pensaram de imediato, “ah, mas não fazia ideia, será que ele está bem?”. Gosto de me antecipar.
Também para quem não segue este blogue pateta e, porque não, palerma por vezes, já tinha falado aqui do mercado negro que em Valência se realiza todas as madrugadas de sábado para domingo, onde se comercializa uma serie de itens furtados. Neste mercado, junto ao estádio de futebol do Valência, o Mestalla, o produto mais procurado por estudantes erasmus são bicis, bicicletas.
Eu próprio já adequiri a minha, na semana passada. Fiz um óptimo negócio, consegui regatear o preço com um jovem ciganito, provavelmente tinha fanado a bicla a um chico qualquer há umas horas atrás e estava desesperado de dinheiro. Eu sei. Não é bonito fazer pouco do ciganito, mas eu preciso de uma bici aqui. E consegui baixar os 60€ de inicio que me foram pedidos para uns modestos 30€. Fiquei assim assim orgulhoso do negócio. Porque, como já disse o jovem estava mesmo desesperado por dinheiro. O que vale é que fiquei com um luxo de bicicleta.
Bem, com a experiência adequirida na semana passada decidi ajudar alguns amigos erasmus a comprar bicis com a minha arte de bem regatear. Saímos de lá contentes, todos a pedalar e por pechinchas.
Ver este mundo de contrabando sujo fez-me pensar. Sim, porque eu penso. Imaginei no mundo e na vida social de uma bicicleta de Valência. A roda viva que não é ser roubada vezes e vezes sem conta.
Imaginem a vida destas bicicletas quando se encontram no mercado. Será algum parecido com isto:

Bici Andrina: Entoncés Michaela? Estás bem ou não? Vais pedalando?

Bici Michaela: Joder, cá estamos nós de novo. Mais uma semana de mercado e roubadas de novo. Hoje temos clientela da boa a chegar ao mercado. Cheira-me que vamos ser vendidas em 2 segundos. A semana passada fui comprada por um italiano. Deu-me umas pedaladas durante esta semana para ir para a faculdade. Guardou-me sempre na varanda de casa, mas lá houve uma noite que não me quis levar para o apartamento e pôs-me ao relento. Nunca mais me viu. Um marroquino cortou o cadeado e trouxe-me para me vender hoje no mercado. O mesmo de sempre...

Bici Andrina: Pois, estes estudantes de erasmus não nos sabem guardar bem. Digo eu com experiência de vida. Que já fui 22 vezes roubada e já fui de 20 estudantes. Que coño de estudantes. Olha olha... parece que temos bici nueva en el mercado... Vê-se mesmo que foi pela primeira vez roubada.
Entoncés, até brilhas!! O teu óleo da corrente está que é uma maravilha...

Bici Nueva: Hola. Não sei bem como isto funciona... estou um pouco nervosa. É que saí da fábrica, tive uns dias no Carrefour e fui logo comprada por um senhor de meia idade. Nem tive tempo conhecer bem os seus glúteos no meu banco... fui logo roubada.

Bici Michaela: Mas por quem? Marroquino, Argelino ou Françês?

Bici Nueva: Não sei... não reparei.

Bici Michaela: Mas cheirava a caril...?

Bici Andrina: Epah oh Michaela, pára lá com as perguntas estúpidas, vale? Bem, o que é feito da Bici Fiona? Essa é que nunca mais a vi. Eu ainda consegui ter o mesmo dono três semanas seguidas mas essa... já não a vejo no mercado faz uns meses.

Bici Michaela: Ui ui. Essa está com uma vidinha que desejam muitas. Ouvi dizer por alguém que a Fiona está a viver no luxo. Tem garagem e tudo.

Bici Andrina: Garagem?! Nahh...

Bici Michaela: Oh larila... sim sim. Garagem. E lembras-te daquele problema que ela tinha na corrente?

Bici Andrina: Ah sim. De falta de óleo, certo?

Bici Michaela: Exacto. Parece que o novo dono arranjou aquilo tudo. Está uma maravilha e diz que parece nueva. Aposto que não é estudante de erasmus o novo dono da Fiona.
Bici Andrina: Sim, é provavel que não seja. Mas joder... é mesmo essa vida que queria... bem só nos resta esperar pelo fim do mercado de hoje e logo vejo a minha sorte. Olha, parece que já me estão a regatear. Bem, muito provavelmente, até para a semana que vem. Hasta luego.

Bici Michaela: Sim. Como de costume. Hasta la proxima semana.

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Inimigos


Tenho alguns inimigos aqui em Valência, para ser mais preciso, dentro da minha própria casa. Os meus inimigos são o arroz e a máquina de lavar roupa. A máquina não gosta de mim, o arroz fala mal de mim nas costas e odeio cinismos. Não se faz a ninguém o que o arroz me faz. Ele diz - "tudo bem, cozinha-me que eu fico bem feito para ti, mesmo no ponto". Eu acredito nele. Mas a panela já me disse que cada vez que páro de mexer o arroz e me volto para trás para buscar o sal, o arroz começa a dizer que para além de não saber mexê-lo como deve ser, também não sei ver quantidades. Quer dizer, à minha frente diz umas coisas, nas costas diz outras. Assim não dá. Depois uma coisa que o arroz faz é que cada vez que lhe ponho sal começa a brincar com a àgua, chapinha na àgua e deita-a para fora da panela. E faz isto só para me chatear, porque ele sabe que sem àgua vai se queimar, e o imbecil sabe que odeio arroz queimado, mas é sempre queimado que o como. Porque ele odeia-me, maldito arroz. Assim considero-o um inimigo e espero não o voltar a encontrar na cozinha, só no prato.
Como se não bastasse ter um inimigo alimentar, tenho um grande problema em me relacionar devidamente com a máquina de lavar roupa... ela odeia-me, eu vejo como me olha de lado. Eu tento, eu juro que tento ser meigo. Tento sempre pôr produtos do melhor que há, escolher o melhor programa, o melhor amaciador, tudo. Apenas não fomos feitos um para o outro. Apesar de saber que preciso dela para sair à rua em condições não consigo olhá-la com carinho. O seu olhar assusta-me e evito lidar com ela o mais possível.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Bueno Babel


O que me encanta nesta experiência de estar a estudar fora com gente de todo o mundo é poder aprender tudo o que essas pessoas nos têm para ensinar. Encanta-me culturas diferentes e falar novos idiomas, mesmo que seja da pior forma possível, pois não sei porquê mas o que os alunos de outros países nos ensinam são os belos palavrões. Raridades, verdadeiras relíquias que a gramática nos oferece. Mesmo tendo só como companheiros de apartamento pessoal português, passo grande parte do tempo com pessoal forasteiro, de Itália na grande maioria mas também holandeses, alemães, suecos e por aí fora. Como podem ver existe só nestas nações uma bagagem cultural enorme, bastante interessante. E com tanto para falar sobre os seus países, sobre comida, costumes, porque não política, e a primeira coisa que se começa a ensinar são os palavrões.
Utilizar termos italianos como asneiras ou simples expressões de vez enquando, era uma coisa que eu gozava com quem ía para Itália fazer Erasmus. Via pessoas chegar a Portugal com expressões italianas, e isso para mim era patético. Mas o facto é que estando perto de italianos dá mesmo vontade de mandar assim um palavrão bem mandado, porque para além de ser uma língua cujo som é delicioso as asneiras ou palavrões caiem mesmo bem no fim de frases ou mesmo no meio delas.
Bem, vou mostrar uma pequena lista de asneiras que vou aprendendo por aqui em alguns idiomas. Algumas delas não sei se estou a escrever bem porque só as oiço, mas grande parte delas estam correctas pois alguns caros colegas fizeram o favor de me escrever num papel. Esta gente gosta mesmo de ensinar o que de pior há na cultura. Aqui vai.

Italiano - Cazzo - lê-se cátzó que significa Caralho em bom português. É a que mais se utiliza pelos italianos e a que pessoalmente gosto mais de dizer. Em espanhol há muitas maneiras de dizer isto mas a que mais gosto é Polla.

Holandês - Ik vind je lehher - significa És uma brasa, És boa como o milho ou ainda És um pão.

Italiano - Fotiti - nesta palavra carrega-se bem nas letras com um belo sotaque italiano, acompanhado da gesticulação tradicional e temos o grande Fode-te.

Italiano - Va fan culo - esta muita gente conhece e significa Vai apanhar no cú.

Holandês - Je bent leuk - significa que És giro/a.

Holandês - Oprotten / Flihher op - ambas expressões significam Pira-te ou Desampara-me a loja. Esta é muito utilizada por colegas minhas holandesas para despachar os espanhois gingões.

Italiano - Sei Stronzo - significa És estúpido.

Holandês - Wil je me pýper / beffen? - estas questões são muitos directas e dúvido que alguém as faça sem mais nem menos. Wil je me significa faz-me, logo as outras duas fica fácil de prever, ora pýper significa felácio e beffen significa, claro está, cunilingus. Posso trocar por miúdos? Não me levam a mal? Broche e minete respectivamente.

Italiano - Sona tra le cosce de tu moye que che c’é piu traffico - esta ganha o primeiro prémio nas frases dos italianos. Para ser mais concreto esta frase é muito utilizada pelos romanos no transito. Pelo que me chega aos ouvidos, os romanos são os reis dos palavrões e esta frase está num dialecto local de roma. Diz-se quando o transito não anda nada por causa de alguém ou também só mesmo pelo facto de não andar. Significa Abre as pernas da tua mulher que há lá muito transito. Quando os romanos ouvem outras pessoas, que não italianos, a dizerem esta frase dão a maior das gargalhadas e sentem-se muito orgulhosos de tal coisa ter chegado tão longe. É bom sentir que um povo como o italiano se sentre concretizado com isso, deixa-me feliz e para ajudar à festa eu digo esta frase a qualquer italiano, ou ainda melhor a qualquer romano que se mova.

Bom, isto é um pouco do que se aprende por aqui. É claro que se aprende muito na faculdade mas prefiro um palavrão estrangeiro. Eu como português também ensino bastantes palavrões, e é absolutamente incrível ver alguém fazer o sotaque português num Filho da puta ou Vai te foder.
Contudo adoro a nossa língua, acho-a muito bonita apesar de todos dizerem que parecemos russos a falar... e até que pode parecer para quem não entende mesmo nada. Carregamos muito nos P's e S's para além de um som de voz muito fechado e com pouco sotaque indentificável. Mas é o nosso português, o belo português de Portugal.

Noches


Bem, já faz algum tempo desde que postei aqui algo, mas hoje venho regar o canteiro. Na verdade não há muito para dizer, talvez seja a falta de imaginação mas a verdade é que o meu cérebro anda exausto. Eu no início bem que disse que existiam festas para tudo e mais alguma santa coisa, pois pretextos é o que não falta. E o facto é que tenho bailaricado em algumas... vá, muitas festas. As festas para além de começarem cedo acabam muito tarde, é uma verdadeira maratona festiva que creio, metade dos participantes não sabe o que se festeja. Mas pronto, não me vou armar em inocente, o simples facto de estar em erasmus é já um pretexto por si só para festejar todos os dias. O que eu chamo de pretexto secundário, como uma despedida ou uma celebração da aquisição de um apartamento, é uma forma de suportar o pretexto maior, Erasmus.
E no fundo é nisto que a minha vida anda embebida, gente divertida, com vontade falar, beber, dançar. Ou seja, tudo muito saudável. Agora... vem aí a parte escura da coisa... nah, nada disso. A parte escura da coisa guardo para mim e só quem cá está percebe. Tenho familiares a acederem ao blog diarimente, especialmente avós, na esperança de encontrar o neto em perfeita condição, logo não seria bonito revelar a parte escura da coisa. Não se preocupem que essa tal de parte escura também é bastante saudável.
Enfim, não esperava fazer isto mas cá vai. Muitos beijos para casa e restantes membros dessa família fantástica. Eu sei que falo convosco por telemóvel mas um beijo público deve saber bem. Um bem hajem.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Que estilo tío!


Esta terça-feira à noite tive o prazer de ver o meu Portugal vencer o Brasil de uma forma absolutamente impiedosa. Tão impiedosa que nem há muito a dizer. Aliás, há uns pontos a frisar. Pontos esses que não podem passar ao lado do acontecimento, como a estreia do Cristiano Ronaldo como capitão da selecção nacional, o golo do Simão Sabrosa, a assistência do nosso ciganito de serviço, Ricardo Quaresma. Mas mais que todos estes pontos, houve algo incrível. O treinador da selecção do Brasil, Dunga, envergava uma camisa, que cheira-me, será o próximo grito da moda. Digo próximo, porque ainda não ví ninguém com tal coisa vestida. Deixemo-nos de sarcasmos... que merda de camisa era aquela?

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Bici, mia Bici


A cidade de Valência é bonita. Nesta semana pude verificar que esta cidade não tem qualquer tipo de inclinação, é toda mas toda plana, óptima portanto para ter uma bicicleta. Aqui utiliza-se a abreviatura de bici. Eu próprio já percebi que tenho de adequirir uma bici.
Todos os sábados no mercado negro, Mercado de Mestalla, junto ao estádio do Valência vendem-se bicis desde 20€. Sim, exacto, são roubadas. Aqui muito se rouba bicicletas, pois há muitas nas ruas, presas sómente por um cadeado e por vezes nem isso as prende. Os larápios levam-nas e vendem-nas no mercado negro por pechinchas. Vamos lá ver o que se arranja no próximo sábado. Sei que não é bonito ir ao mercado negro comprar coisas roubadas. A minha mãe diz que é feio roubar, mas também é feio andar a pé. É certo que já sei que corro o risco de me voltarem a roubar a bici , que por si já é roubada. Mas aí nem há espaço para lamentações, ou se compra outra ou volto a andar a pé.
Faz muito jeito uma bici. Para já vê-se a cidade em pouco tempo, apenas umas pequenas pedaladas e já está. E depois moro numa ponta da cidade, logo quando há festas em casa de colegas de Erasmus no outro lado de Valência, pego na bici e lá vou eu, a poupar dinheiro de Metro valenciano, que é um verdadeiro assalto e faço também um pouco de exercício. Bem, depois de comprar a minha bicicleta, vou guardá-la na varanda antes de comprar um cadeado, assim penso que corro menos riscos de ser roubada ou de ser reconhecida pelo dono.
Mal possa mostro uma foto da minha futura bici. Por agora fica aqui uma foto de uma bicicleta à venda num site aqui em Valência.

sábado, 3 de fevereiro de 2007

António patriota


Aqui em casa temos saudades de Portugal, é verdade. Eu nem por isso, pois só estou cá faz uma semana e ainda não é tempo suficiente para sofrer desse mal. Não sinto falta de práticamente nada... vá, algumas coisa, como o bacalhau com natas da mamã. Mas o pessoal daqui de casa, apesar das saudades, já nem sabem o que é Portugal. Recordam-se de um pequeno terreno à beira mar mas não sabem mais nada. Eles já cá estão à uns 6 meses, parecendo que não, este tempo equivale a 1 ano. A intensidade que esta experiência nos proporciona faz o tempo andar de triciclo. Posso já falar disso porque eu próprio não diria uma semana mas sim um mês.
Há coisas que não se esquecem e eu vejo na cara dos companheiros de casa que há saudade, há vontade de rever alguém ou algo. Nomeadamente o António, mais conhecido por Tocá, sente saudades de pequenas delícias que o nosso país nos oferece, como a Maxmen. Eu na viagem para cá comprei a última Maxmen com a Sara Aleixo. Não sou tarado mas sou uma pessoa que, para além de amar mulheres, gosta muito de artigos dessa revista, acho que têm humor de bom gosto. Assim, o António quando viu a revista entrar em casa fez uma dança estranha, uma espécie de dança que supus ser uma dança de celebração ou felicidade. Pegou na revista e era ver a alegria de alguém que precisava de ver algo nacional. Pois. É que revistas com gajas boas, por cá há muitas, mas portuguesas nem por isso. Ver gajas boas portuguesas, ver também coisas engraçadas escritas na nossa bela língua é um prazer para quem esta afastado por algum tempo. Isto é amor pelo país. Fui testemunha de um acontecimento patriota canalizado pela revista Maxmen com a Sara Aleixo, fiquei emocionado. Portugal é lindo.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

PepeBanho


O mundo é feito de competição. A demonstração da capacidade de alcançar objectivos é, não uma necessidade do ser humano como é também uma forma de afirmação. Na nossa pequena casa em Valência, tomei a liberdade de criar um desporto. Como sou o chefe e "os prisioneiros" não têm voto na matéria, eu crio o que me apetecer. E cá em casa temos um desporto que é de grande exigência física, o banho diário.
Pode parecer estranho, mas vou passar a explicar as condições que levaram surgimento deste fantástico desporto, para depois mencionar as suas regras e características tácticas.
Na nossa casa de banho temos uma caldeira, que funciona como um autoclismo, ou seja, tem um depósito de àgua quente que em 10 minutos fica vazio. Ora bem, somos quatro, logo queremos todos tomar banho a horas semelhantes. Sendo que 10 minutos a dividir por quatro dá 2 minutos e meio para cada um. Assim adoptámos a medida de tomar banho de manhã dois de nós, e outros dois à noite. Quando acaba a água quentinha da caldeira, demora cerca de duas horas até encher de novo e ficar quetinha outra vez, por isso há que ser rápido. Quando alguém ultrapassa o limite dos 2 minutos e meio, ou no caso de ser 2 a 2, o limite dos cinco minutos, é julgado em praça pública pela multidão da casa, "...e agora como é que vou para a faculdade com este cabelo sem um banho, faz já 3 dias?!", "Não fazes nada de jeito, nem um banho de 2 minutos e meio sabes tomar!", "Alguém viu os meus Pinipons!?" - Diz o António.

Como ninguém quer ser julgado, o medo de falhar torna-se arrebatador ao ponto de se criar uma competição... a competição do banho mais rápido, "Ah ah, hoje demorei 2 minutos e 23 segundos, e assim não pus o banho de ninguém em jogo. Sou uma pessoa responsável". Achei interessante criar uma competição oficial. Visto que maior parte das vezes se trata de 2 pessoas a tomar banho à mesma hora quase que se assemelha a um jogo de futebol, basquetebol, etc.

A este desporto iremos chamar de "PepeBanho". Visto estarmos em Espanha o canal que irá cobrir todos os encontros será o Canal+. Existem partidas diárias relizadas à noite e outras de manhã. É concedida a vitória a quem for mais rápido dos dois a tomar o banho. Parece fácil mas enganam-se, pois não se esqueçam que não basta sair dali molhadinho mas sim completamente cheiroso para socializar. Há que pôr champô, gel de banho, amaciador e tudo mais. Mas o objectivo é ser rápido. São precisas estratégias e tácticas elaboradas para sair vitorioso.
Neste momento a competição já leva uma semana de duração e já se podem assistir a partidas interessantes lá por casa. Neste mometo o campeonato é liderado pela Telma, seguida da Maranga. Estas duas são as "grandes", os pesos pesados do PepeBanho praticado em Espanha.

O Canal+ já cobriu um encontro entre estas duas concorrentes e o relato do jogo foi o seguinte:

"Muito boa noite telespectadores! Temos hoje connosco um antigo praticante de PepeBanho, é o Paolo Laurini que fez Erasmus na época de 98/99. Dessa altura podemos recordar grandes nomes como Francesca Biucella e a grande Maria Brandão que tomou um banho em 26 segundos, pois só se lavou nas partes baixas.
Hoje temo de um lado Telma Martins e do outro lado Catarina Maranga uma desportista fantástica. Ambas vêm perparadas com o toalhão e os seus respectivos produtos para a prática do PepeBanho. Maranga utiliza Pantene Pro-V para um cabelo liso e saudável. Ao passo que Telma, a actual lider do campeonato, utiliza Loreal para cabelos "bonitos", é o que diz na embalagem. São duas adversárias de alto gabarito, principalmente Telma Martins que no último encontro com Pong, bateu a sua marca pessoal de 1 minuto e 59 e fez o fantástico tempo de 1 minuto e 40. Absolutamente espectacular. Pong ficou sem resposta tendo acabado com a àgua quente, tendo que remover o champô com àgua fria. O que achas disto Paolo? - Bem, eu penso que desde o meu tempo este desporto não mudou muito e a Telma utiliza uma técnica imbatível ao que Pong deve de sofrer o que de pior há nesta competição, a água fria. - Muito bem Paolo. Agora parece que o PepeBanho vai começar, Telma prepara-se para entrar no terreno de jogo, que permitam-me a opinião, está em muito mau estado. O terreno de jogo não foi tratado desde o último partido que se efectuou aqui e ainda se veêm vestigíos do último encontro, muitos pelos púbicos e cabelos. Este tipo de situações não afecta em nada o desempenho dos atletas, mas é mau para a imagem do PepeBanho como desporto. Agora com as nossas atenções na partida... vai começar... aí está! Telma entra no chuveiro e liga a água quente da caldeira... começa por molhar rápidamente o corpo com um jogo de mãos que não é normal... incrível. Meu Deus! Ela pôs o gel de banho e o champô ao mesmo tempo... ahh, incrível... ela lava o cabelo com uma mão e o corpo com outra.... ligou de novo a água... aí está, pode ser pode ser pode ser... sim, é mesmo, é mesmo!! Telma Martins passou-se por àgua, fechou a torneira e conseguiu concretizar esta partida em apenas 1 minuto e 10 segundos!! Lá está, quem tinha dúvidas da sua qualidade, tire-as. Esta ateleta tem muito para dar ao PepeBanho mundial, com apenas 21 anos. Maravilha de prestação."

Depois a Maranga entrou mas não conseguiu vencar a Telma. No final da partida e já vestidas, na conferência de imprensa, prontas para ir para a faculdade, a Telma falou com os jornalistas do Canal+:

Canal+: "Está contente com a vitória sobre Maranga para solidificar a sua liderança?"

Telma: "Sim estou muito contente. Se bem que é para isto que trabalho semanalmente, todos os dias pratico e dou 100% e só assim tenho resultados. Dedico-me bastante e acho que mereço a liderança no campeonato de PepeBanho."

Canal+: "Pode nos dizer o segredo da sua técnica?"

Telma: "Não existe um segredo, penso que é com muito trabalho e dedicação a este desporto que se consegue tomar banhos rápidos, e dar sempre 100%. Vou continuar a trabalhar esta semana para no próximo encontro estar em boa forma e conseguir, quem sabe superar este tempo e não pôr este risco nenhum banho de outras pessoas da casa. Muito obrigado, mas agora tenho de ir para a faculdade e ainda vou ter de levar empadão de atúm."

Também estou a tratar de criar claques de apoio. Para cada um dos concorrentes do PepeBanho aqui em casa.