quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Tengolos

Ontem disse que ía continuar a referir-me aqui no blogue às pessoas que vivem comigo aqui em Valência como "o pessoal", caso este pessoal não me autorizasse a revelar as suas identidades. Ora bem, o que fazer quando alguém não quer fazer as coisas por bem? Faz por mal, ou seja, à força. Vi-me forçado a fazê-los meus prisioneiros, sendo que agora eles estão sobe o meu controlo, logo faço com a identidade deles o que quiser. Foi difícil apanhá-los, principalmente quando se escondiam debaixo da cama ou entre o frigorífico, la tinha eu que lhes mandar o tranquilizante com uma cana de bambu. Sim, eu sei, foi uma caça tipo tribal.
Ao fim de os apanhar guincharam muito mas era porque tinham sede, logo foi só preciso dar-lhes um garrafão de água e a chinfrineira passou. Já acalmados e acordados depois do efeito do veneno da seta de bambu, coloquei-os num armário em perfeitas condições de sobrevivência... se não se mexerem muito.
Assim, assumindo o crontolo da situção, vou passar a identificar o cadastro de cada um dos meus companheiros de casa em Valência... ou devo dizer, prisioneiros.




Esta é a Maranga. Não ofereceu grande resistência, isso acho que se pode ver pela primeira foto. Eu estranhei tal disponibilidade para ser prisioneira mas isto só mostra que nem aprisionar de forma cruel eu sei.




Este é o António. Este ser foi de veras difícil de apanhar. Escapou-me para debaixo da cama, mas como eu não gosto muito de lutas no meio do pó não me atrevi a ir lá abaixo buscá-lo... tive de negociar. Este ser mostrou grande futilidade para com ocúlos e bonés. Quando lhe disse que podia me pedir qualquer coisa, para além de ser livre e ter barbies, ele prontamente pediu-me acessórios para a cara. Lá está. Na foto vê-se a alegria de um prisioneiro, com a simplicidade de um boné e uns ocúlos.




Esta é a Telma. Esta tal de Telma foi um inferno. Foi com ela que me tive de munir da cana de bambu para tranquilizá-la. Estava louca por detrás do frogorífico a lutar contra o inevitável, com medo, em pânico. Ela precisava de uma setazita para acalmar. Parece que o veneno contido na ponta da seta lhe causou um efeito secundário interessante. É que ela sonha que é um coelho agora. Consegui tirá-la detrás do frigorífico passivamente mas quando acordou, não só estava muito calma e feliz como também mostrava os dois dentes da frente (como na primeira foto) e pedia-me constantemente cenouras. "Quero cenouras, quero cenouras!" - Dizia a pobre Telma. Dei-lhe cenouras e lá se calou.

Feita a caçada e apresentadas as peças de caça, o que fazer com eles? Bem, vou utilizá-los para variadas ocasiões. Cada um tem uma aptidão especial e vou tentar usufruir o que cada um tem para me oferecer, desde companhia, roupa lavada e passada a ferro, loiça limpa, casa arrumada e até lavar-me as costas no banho. Hum... esta última ainda está para se averiguar.

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